A quarta temporada de Casamento às Cegas estreou na Netflix semana passada e, como de costume, os fãs já se movimentam para especular quais casais vão chegar até o altar. Mas surpreende que, para pessoas que se dizem dispostas a encontrar o par perfeito em um processo super acelerado, o tema dinheiro apareça tão pouco entre as conversas.

(Em tempo: para quem já é fã, a Netflix coloca no ar nesta quarta-feira, dia 26, mais quatro episódios da temporada. E no dia 3 de julho estreiam os dois episódios que encerram esta edição do reality)

Voltando ao tema finanças…

Apenas o primeiro casal formado na quarta temporada de Casamento às Cegas, Ariela Carasso e Evandro Pinto, aborda o tema de modo mais direto. Ele manifesta uma preocupação à futura parceira ainda nas cabines ao perceber que Ariela é, provavelmente, de condição socioeconômica superior - ainda assim, o tema passa muito rapidamente. Será que um “Casamento às Cegas” com as finanças do parceiro é um bom negócio?

As estatísticas dizem que não: quase 60% dos divórcios no Brasil acontecem por problemas financeiros, de acordo com o IBGE. Além disso, 3 em cada 10 brasileiros já se endividaram por causa do seu par. Na vida real ou num reality, qual é a hora de abrir as finanças?

À frente da Noh, uma conta conjunta para casais, a CEO Ana Zucato é taxativa: o quanto antes. “Costumo dizer que, assim que a relação deixa de ser casual, já é hora de abrir as finanças e entender a vida financeira do seu par. Pode ser que a pessoa tenha alguma dívida ou, ainda, um padrão de vida muito diferente do seu”, afirma.

Zucato destaca que essa aproximação financeira não é fácil e exige conversas desconfortáveis, como abrir o salário com o parceiro. “Mas deixar isso para depois vai impactar no dia a dia e, muitas vezes, tem o potencial de azedar até vínculos mais emocionais mais fortes”, diz.

A CEO da Noh lembra ainda que, entre casais heterossexuais, é comum que o trabalho de organizar as finanças das casas e cuidar dos pagamentos fique com a mulher. Logo, organizar a vida financeira a dois em torno dos sonhos em comum é também uma maneira de aliviar a pressão psicológica sobre as mulheres.

Veja as dicas de Zucato para quem está começando um relacionamento

  • Casais devem falar abertamente sobre dinheiro assim que a relação deixa de ser casual
  • Se a dupla tem planos de morar junto ou já divide o mesmo teto, isso é ainda mais necessário
  • O casal deve colocar na ponta do lápis quanto cada um pode contribuir por mês com gastos fixos e variáveis
  • Isso envolve conversas delicadas, como abrir para o parceiro qual é seu rendimento
  • Ao mesmo tempo, a prática ajuda a reduzir a desigualdade de renda entre homens e mulheres, ao permitir um rateio mais justo
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